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terça-feira, 21 de agosto de 2018

Neurite ótica pode ser primeira manifestação da Esclerose Múltipla (EM)

Cerca de 50 a 60% dos pacientes que apresentam um episódio de neurite ótica desenvolvem a esclerose múltipla
 
 
Perda aguda da visão de um dos olhos, que piora em questão de horas ou de dias. Dor ao movimentar os olhos, dificuldade para enxergar cores e sensação de luzes piscantes. Estes são os sintomas clássicos de um episódio de neurite ótica, uma inflamação que danifica o nervo ótico, responsável por transmitir as informações visuais para o cérebro. A neurite ótica pode ser o primeiro sintoma da esclerose múltipla em cerca de 20% dos pacientes.

O mês de agosto foi eleito para falar sobre a esclerose múltipla, doença autoimune que afeta o Sistema Nervoso Central (SNC). Na esclerose múltipla, o próprio sistema de defesa do organismo ataca a bainha de mielina, substância que reveste e protege as células nervosas, permitindo a troca de mensagens entre o cérebro e o restante do corpo. A esclerose múltipla causa danos na bainha de mielina, o que leva os nervos a perderem a capacidade de enviar e de receber as mensagens da forma correta.
 

Problemas visuais são prevalentes nos pacientes com EM
 
“Esse processo degenerativo e progressivo na bainha de mielina leva aos sintomas, como enfraquecimento dos músculos, perda da coordenação, paralisia e aos problemas que afetam o nervo óptico, como a neurite ótica. Os problemas visuais afetam de 50 a 60% dos pacientes. A neurite ótica pode ser o primeiro sintoma, como também uma manifestação posterior da doença”, explica a neuroftalmologista Dra. Marcela Barreira, Chefe do Setor de Neuroftalmologia do Banco de Olhos de Sorocaba.

Dra. Marcela afirma que cerca de 50% das pessoas que apresentam uma crise isolada de neurite ótica irão desenvolver a esclerose múltipla dentro de 15 anos. “A neurite ótica é a causa mais comum de perda visual aguda em jovens adultos, sendo que as mulheres são mais afetadas que os homens, assim como a EM também afeta mais o sexo feminino do que o masculino”.

A neurite ótica também está ligada a outras doenças autoimunes, como também pode ser idiopática, ou seja, sem causa definida.


Diagnóstico & Tratamento
 
O médico responsável por fazer o diagnóstico da neurite ótica é o neuroftalmologista. “Além do exame clínico, o médico irá solicitar uma série de exames laboratoriais e de imagem para confirmar a suspeita. O tratamento pode variar de paciente para paciente, mas em geral é feito com medicamentos que ajudam a controlar a inflamação e a dor”, explica Dra. Marcela. Vale lembrar que o tratamento para a esclerose múltipla também ajuda a diminuir a quantidade e a gravidade das crises de neurite ótica.


Prognóstico
 
Embora a maior parte dos pacientes recupere a visão depois de um episódio de neurite ótica, alguns podem apresentar diminuição da acuidade visual, assim como dificuldades para enxergar cores, brilho e nitidez.

“Outra consequência da neurite ótica em alguns pacientes é o embaçamento da visão quando há aumento da temperatura corporal, seja em um quadro febril ou em situações como atividade física e locais quentes, por exemplo. Isso é chamado de sinal de Uhthoff”, explica Dra. Marcela.

Por fim, estima-se que cerca de 3 em cada 10 pacientes que já tiveram um episódio de neurite ótica podem apresentar outro, no mesmo olho, ao longo da vida.


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