O agro
brasileiro deve alcançar até 2027 a gigantesca cifra de US$ 1,1 trilhão (R$ 3,8
trilhões). É a projeção do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos
(USDA) e da Universidade de São Paulo (USP), destacada em artigo recente pelo
amigo professor Marcos fava Neves, que confirma a força e o virtuosismo do agro
brasileiro. Para todos os produtos, o crescimento da exportação brasileira será
maior que o do mercado internacional em geral.
São
cálculos que ainda podem resultar em um total ainda maior porque nesta conta
não entram o provável crescimento em papel e celulose e outros produtos
florestais. Também não foram somados café, frutas, flores, açúcar, etanol,
arroz e outras commodities. Se estas agregarem mais US$ 100 bilhões acumulados,
o valor na década chegará a US$ 1,2 trilhão.
Um dos
principais produtos exportados por nós, a soja em grãos deve ter sua
comercialização expandida em 38% no mercado internacional, significando 56,4
milhões de toneladas a mais disponíveis. A participação do Brasil deve crescer
ainda mais, chegando a 49% - volume US$ 13,3 bilhões maior do que o exportado
em 2017.
O farelo de
soja também renderá boas perspectivas, com aumento no mercado internacional de
17,9 milhões de toneladas, crescimento de 31%. O Brasil deve aumentar sua
participação em 6,5 milhões de toneladas, significando 45% de aumento e US$ 1,9
bilhão a mais do que o exportado em 2017.
O óleo de
soja deverá dar o maior salto entre as exportações brasileiras. Em 10 anos,
aumentaremos nossa participação em 1,5 milhão de toneladas - 146% a mais do que
o exportado em 2017, rendendo US$ 1,2 bilhão.
As projeções
também são otimistas para o nosso milho, com nossa participação crescendo o
dobro da mundial. O mercado internacional deve crescer 25,2 milhões de
toneladas, representando 15%. O Brasil aumentará em 30% sua participação,
resultando em 8,8 milhões de toneladas US$ 1,36 bilhão a mais do que o
exportado em 2017.
Outros
expressivos números vêm do setor de proteína animal. O mercado internacional de
carne bovina deve crescer 2,1 milhões de toneladas, aumento de 29%. O Brasil
deve aumentar sua participação em 1,1 milhão de toneladas, crescimento de 91% e
lucro de US$ 4,4 bilhões a mais do que o exportado em 2017.
Nosso
frango também nos dará orgulho, já que o mercado internacional deve crescer 3,6
milhões de toneladas (35%) e o Brasil pode aumentar sua participação em 3,6
milhões de toneladas (83%) - US$ 3,75 bilhões a mais do que o exportado em
2017.
A safra
17/18 deve ficar na memória do produtor como uma das melhores da história. O
próximo ano agrícola também deve apresentar bons resultados.
Mas precisamos
ainda vencer desafios para que essa força motriz do agro não seja enfraquecida.
É necessário que a infraestrutura brasileira para escoamento da produção para
exportação seja melhorada. “Dentro da porteira”, como mostram os números, o
produtor tem feito sua lição de casa e apresentado ótimos resultados.
Mas ainda
enfrentamos dificuldades como o alto custo Brasil, taxas tributárias
incoerentes e uma instabilidade política que afeta diretamente o câmbio e as
exportações. Além disso, é vital que haja investimentos em infraestrutura para
escoar esta produção por melhores rodovias, novas ferrovias e hidrovias.
Estas duas
últimas, opções eficientes para deixarmos de ser reféns da malha rodoviária,
por onde transportamos mais de 65% de nossas cargas. Com a mais recente greve
dos caminhoneiros, ficou ainda mais claro e muito urgente a necessidade de
diversificarmos nosso transporte.
A cadeia
produtiva da pecuária de corte deixou de movimentar entre R$ 8 bilhões e R$ 10
bilhões. Produtores de aves e suínos contabilizaram R$ 3 bilhões em prejuízos,
incluindo a morte de 70 milhões de aves e de 20 milhões de suínos, a maior
parte por falta de ração.
Proliferam
movimentos demagógicos e iniciativas legislativas descabidas como a proibição
da caça de controle de espécies exóticas (javali), a proibição do embarque de
gado vivo, o impedimento de pulverização aérea, a impossibilidade do uso de
animais para ensino e pesquisa, a demora em modernizar a legislação sobre
agroquímicos e outras barbaridades obscurantistas.
Ou seja, temos uma fantástica oportunidade, tenhamos discernimento e sensatez para aproveitá-la!
Arnaldo Jardim - deputado federal PPS/SP
Site: www.arnaldojardim.com.br
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