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terça-feira, 10 de julho de 2018

A aproximação entre empresas e startups gera aprendizado


                 Se as startups têm muito a aprender com as bem-sucedidas e consolidadas empresas do mercado de tecnologia, num mundo globalizado e competitivo, as empresas tradicionais estão percebendo que também podem, e devem, se inspirar na dinâmica de operação e negócio dessas pequenas organizações. Em um mercado em constante mudança, e que exige recorrente inovação, com recursos semelhantes disponíveis a todos, as startups  se tornam, cada vez mais, modelos de negócio a serem observados, especialmente pela flexibilidade do padrão de atuação em que se estabelecem.  Há, nesse sentido, um movimento de inspiração das empresas em relação ao modelo adotado nesses inovadores negócios em vários âmbitos, especialmente no que concerne ao uso de novas ferramentas de administração, digitalização de processos e gestão de recursos humanos.


Inspiração em Ferramentas de Administração

Entre as ferramentas de Administração e Marketing que vem inspirando as empresas tradicionais estão: OKRs, Design Thinking, Inbond Marketing, entre outras. As OKRs (Objectives and Key Results ou Objetivos e Resultados Chaves), por exemplo, foram popularizadas na década de 2000, devido à simplicidade e adaptabilidade a diferentes realidades. Trata-se de uma metodologia que visa evitar gastos desnecessários de energia e recursos. Só se efetiva se a empresa estiver disposta a criar objetivos transparentes e com o auxílio dos colaboradores.

Por meio de uma cultura de gestão colaborativa, busca-se elevar a produtividade, reduzir o estresse no ambiente de trabalho e aumentar a autoestima da equipe, bem como a motivação dos colaboradores. As OKRs são validadas em ciclos mais curtos que outros métodos de administração: variam de 1 a 6 meses. “Estamos inspirados por esse processo que é bottom up, ou seja, de baixo para cima”, José Francisco Braga, Diretor de Operações da Leucotron.

O design thinking também tem sido incorporando ao dia a dia de empresas, como a Leucotron Telecom, situada no Vale da Eletrônica, em Minas Gerais.  A prática consiste em mergulhar no problema do cliente, analisar, conceber uma solução e prototipar, sempre de forma colaborativa, vislumbrando a eficiência. No DT, pensa-se em toda a experiência de consumo para só depois idealizar o produto ou serviço. É uma filosofia para empreendedores em geral e visa criar uma experiência mais efetiva para os clientes ou consumidores. 

               Na Leucotron Telecom, segundo o executivo, essas mudanças já vêm fazendo parte do dia a dia do time da organização nos últimos anos. “Hoje, não temos mais os olhos voltados apenas para o desenvolvimento de produtos e serviços, mas de soluções.  Repartimos essa responsabilidade com nossos clientes, pois queremos entregar a eles soluções economicamente sustentáveis, em curto espaço de tempo, sem desperdício de recursos e um dos exemplos concretos foi a viabilização do To.Do Hotel. Integrado ao software hoteleiro PMS, o sistema, permite que a governanta, com apenas um clique no tablet, distribua automaticamente as atividades de limpeza para as camareiras”, explica. 

Há na empresa outros exemplos bem sucedidos dentro dessa dinâmica de preocupação em buscar alternativas para os clientes, no menor prazo, de forma criativa, colaborativa e sustentável. A solução Leucotron de Call Center que foi totalmente concebida pensando na necessidade de pequenas e médias empresas é outro exemplo de sucesso, criada para que organizações de menor porte possam usufruir apenas do que é relevante da tecnologia um investimento viável.

Na mesma proposta há ainda o  LeucoBot Hotel, chatbot da Leucotron, que opera como canal de relacionamento com o hóspede, tornando a comunicação muito mais ágil e dinâmica; e o Flux IP, plataforma de comunicação PABX, que apresenta várias versões customizadas com aplicações para diversos negócios: hospitais, hotéis, escolas, condomínios, entre outros.

           O fato é que antes as empresas se voltavam para a perspectiva de criação de uma necessidade, que muitas vezes não era percebida pelos consumidores e clientes. Hoje, percebe-se que é muito mais efetivo focar numa solução para uma real necessidade do público, uma demanda emergente. Esse aprendizado tem levado as empresas a entender o consumidor de forma ágil, entregando produtos e serviços que agregam soluções práticas ao mercado, o que, segundo a Leucotron, tem sido feito com muitas inovações que a empresa tem levado ao mercado.

A forma de realizar o marketing também mudou. Hoje, quem rouba a cena é o Inbound Marketing.  Conhecido como “marketing de atração”, é uma estratégia que visa atrair e converter clientes voluntariamente. Baseia-se no relacionamento com o consumidor por meio de estratégias de marketing de conteúdo e automação de marketing. Nessa perspectiva de comunicação, quem procura a empresa é o cliente, e não o contrário. A empresa torna-se referência em determinado assunto em seu segmento, a fim de influenciar na decisão de compra. “Oferecemos diversas conexões, ferramentas que demonstram o uso de nossos produtos, e-books, um blog bastante interativo, treinamentos gratuitos, entre outros canais de relacionamento”, conta Carlos Henrique Vilela, Head de Marketing e Inovação da Leucotron Telecom.

Além disso, Vilela ressalta como aprendizado decorrente da relação com startups o uso de técnicas de analytics, a fim de identificar e buscar o entendimento de gostos, hábitos de navegação, preferências dos clientes. “Fomos ampliando nossas oportunidades e aprendizado”, esclarece. Segundo o executivo, as novas ferramentas de marketing permitiram traçar relevantes insights para o negócio.


Digitalização de processos, colaboração e relacionamento

Além da apropriação de ferramentas diversas utilizadas e implementadas pelas startups, em termos de administração e marketing, no tocante à tecnologia da informação e comunicação, a forma de operação das organizações tradicionais tem também se tornado extremamente digital, cooperativa e horizontal.  Para melhorar processos de mobilidade, big data analytics, comunicação unificada, a computação em nuvem tem sido adotada como modelo crescente nas empresas. A assinatura digital tornou-se uma realidade. A digitalização de documentos deu lugar aos amontoados de papeis e pastas.

O pensamento dos colaboradores e a forma de se relacionar também acompanha a nova era e passa a ser colaborativo, em rede e mais dinâmico, horizontal, menos hierarquizado. Hoje, fazer parte de um projeto de inovação, sentir-se integrado em um propósito. “Percebemos que a abertura para que as pessoas demonstrassem seu potencial de inovação e criatividade era vital para o sucesso de ambos: empregador e empregado, pois somos todos membros de uma engrenagem”, ressalta Braga.

Os executivos da Leucotron contam, por fim, que houve a ampliação da compreensão de que o erro faz parte do processo de criação. A disseminação do temor do erro, segundo, Braga, inibia a inovação. “Devemos, esse aprendizado à proximidade com as startups. Hoje sabemos que o importante é enxergar e corrigir problemas em tempo hábil, mas não podemos reprimir a criatividade e a inovação por medo de errar”, salienta. Segundo o executivo, uma questão não deixa dúvida: o trabalho colaborativo, ágil e inovador é hoje um dos grandes ensinamentos que essas ágeis organizações têm sinalizado para as empresas tradicionais, seja no âmbito das relações externas ou internas das corporações.




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