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terça-feira, 26 de junho de 2018

Mães de recém-nascidas e o dilema da culpa materna


Especialista em Constelação Familiar diz como lidar com a pressão da maternidade perfeita

Muitos são os dilemas da maternidade atual e com a pressão para ser a “mãe perfeita”, o número de mulheres frustradas durante o puerpério, período que dura cerca de dois meses após o parto e que se culpam de alguma forma por não corresponderem ao estereótipo da mãe ideal dos comerciais de televisão, parece só aumentar. Isso é o que mostrou a pesquisa “A Nova Mãe Brasileira”, feita pelo Instituto Qualibest, que ouviu 1.317 mil mães, com mais de 18 anos de idade.
Segundo dados da pesquisa, dois terços das mães brasileiras consideram a rotina difícil, exaustiva ou impossível e 70% delas afirmaram que se sentem julgadas ou cobradas pela sociedade. Das mulheres entrevistadas, um terço confessou que já perdeu a paciência em algum momento e teve alguma atitude da qual se envergonha, desde dar comida industrializada, deixá-lo assistindo TV para cuidar das suas próprias atividades, dar chupeta para acalma-lo ou mamadeira em vez do peito, até mesmo esquecê-lo em algum lugar e dar umas palmadas.
De acordo com a psicóloga e coach da Clinica Soulleve, Thais Silva, é muito comum que as recém-mães tenham dúvidas sobre o que é certo para a criação dos bebês, diante de tantas possibilidades e diferentes vertentes de como criar bem suas crianças. Segundo ela, essa cobrança relatada pelas mães na pesquisa vem muitas vezes de suas próprias mães, agora com um novo status de autoridade na “hierarquia” feminina, das demais mulheres da família, dos homens que as comparam com suas mães, bem como da sociedade que dita como lidar corretamente com as crianças.
“O problema é que junto com tantas questões, as mudanças hormonais e turbilhão de sentimentos vêm o medo de errar e a famosa culpa materna, uma porta perigosa para o chamado baby blues, ou pior, a depressão pós-parto.”, diz Thais. Para lidar com esse estado, no entanto, a especialista afirma que há duas abordagens possíveis e complementares. Uma com foco no indivíduo e em como ele lida com suas dificuldades e outra mais dinâmica, levando em consideração o sistema familiar como um todo, analisando o histórico da maternidade que vêm sendo passada de geração em geração.
“Utilizamos um método psicoterapêutico conhecido como Constelação Familiar, que estuda os padrões de comportamento de grupos familiares através de suas gerações. Assim, analisamos as dificuldades com a maternidade e as relações familiares vivenciadas no passado e que podem ter gerado consequências nessas novas mães no presente. As vezes, uma relação nociva com suas mães difíceis ou uma frustração pessoal que precisa ser superada para que haja reconciliação e uma mudança nos padrões de comportamento dessa família. E é isso que precisamos tratar para que essa mãe pare de se culpar e entenda que é acima de tudo humana”, conclui a psicóloga.




Thais Silva se formou pela  Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). É master coach pela Sociedade Latino Americana de Coaching (SLAC), facilitadora de constelação familiar sistêmica pela Ápice Desenvolvimento Humano. MBA em gestão de negócios pelo IBMEC. Teve uma carreira executiva de mais de 15 anos em consultoria de negócios. Atualmente, suas áreas de especialidade são coaching, relações humanas, gestão de pessoas e de mudança, com dedicação às práticas voltadas ao bem-estar, equilíbrio emocional e qualidade de vida na Clínica Soulleve, em São Paulo. 


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