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segunda-feira, 11 de junho de 2018

Exame de “Ordem” para os médicos


“Surpreende-me que haja posicionamento contrário à aprovação em exame nacional como condicionante à habilitação para o exercício da Medicina.

É óbvio que apenas a aprovação em um “exame” não garante habilitação, mas a reprovação identifica os insuficientes. O “exame de Ordem” pode não bastar para avaliar todas as dimensões do candidato ao diploma de médico, mas é essencial. A aprovação pode não ser suficiente, mas é absolutamente necessária.

É falacioso afirmar que eventual reprovação penaliza o estudante, visto que o protege das consequências da má prática.

Ser contrário ao “exame de proficiência” é posicionamento que atenta à ética médica, visto que relega para plano secundário a proteção do paciente, objeto primordial atenção do médico.

A responsabilidade pela avaliação tem de ser delegada a comissão isenta, em processo transparente e tecnicamente qualificado. Faz-se imperativo evitar que os mesmos organismos (públicos ou privados) que credenciam faculdades, as mantém ou as operam, sejam os mesmos que elaborem ou apliquem as avaliações.

A realização do “exame de conclusão” não elimina intervenções complementares, quais o rigor na autorização para abertura de novas vagas, os testes de progresso, a acreditação de escolas, mas sobretudo no encerramento de novas vagas nas faculdades cujos alunos sejam reprovados.

Diz-se que os exames de conclusão servirão aos interesses de “cursinhos preparatórios”. Vejo que a procura por esses “cursinhos” se explica melhor pelas lacunas na formação convencional que por um processo avaliatório subsequente. Afinal, seria melhor deixar o egresso ignorante de aspectos essenciais da formação que oferecer-lhe informação complementar? Se, na faculdade o aluno não encontra quem lhe ensine, faz-lhe mal buscar conhecimento alhures?

Ou seriam os “cursinhos” pré-vestibulares a causa das fraquezas do ensino pré-universitário?
Defendo com firmeza a qualidade do ensino em todos os seus níveis. Não vejo cursos suplementares na origem dos problemas da educação brasileira, mas efeito colateral da sua exploração criminosa.

Pesquisa recente* revela que a sociedade brasileira espera que a aprovação em exame de conclusão de curso seja obrigatória para o exercício da profissão.
Pensamos da mesma forma.

Em prol da saúde da população que assistimos e pela credibilidade da Medicina brasileira”.





José Luiz Gomes do Amaral - presidente da Associação Paulista de Medicina


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