Estar atento à frequência e aos sintomas que acompanham as
cefaleias é fundamental para saber o melhor momento de marcar uma consulta com
um especialista
A cena
é familiar: após chegar em casa do trabalho, a cabeça lateja e o corpo pede
repouso. Basta um simples comprimido analgésico e uma noite de sono para a dor
desaparecer e o dia seguinte ser produtivo. Mas, quando esse cenário vira
rotina e prejudica a qualidade de vida, ou vem acompanhado de outros sintomas,
deve-se ficar atento e procurar ajuda médica.
"Existem
inúmeros tipos de dor de cabeça. Por vezes não é a próprio problema, como no caso
da habitual enxaqueca ou da cefaleia tensional, mas sim um sintoma de algo mais
grave. Caso a dor de cabeça mude de característica em relação ao que está
acostumado, tornando-se intensa e noturna, ou venha acompanhada de alterações
na visão, enjoos, vômitos e até crises convulsivas, é preciso procurar um
médico. Para o diagnóstico correto da causa desses sintomas, podem ser
solicitados exames como tomografia e ressonância magnética cerebral",
explica o doutor Marcelo Prudente do Espirito Santo, Neurocirurgião do Hospital
Santa Catarina (SP).
Ao
consultar o médico, tenha em mãos as seguintes informações sobre as dores de
cabeça que vem sentindo, para facilitar o diálogo com o profissional e até o
diagnóstico: quanto tempo a dor costuma durar? Em qual região ela é sentida?
Qual é a intensidade? Que tipo de dor é (crônica, aguda)? Quais outros sintomas
a acompanham?
O
que não fazer se as dores de cabeça forem frequentes
Evite o uso excessivo de
analgésicos, pois eles podem levar a um ciclo vicioso de dor e por vezes
agravar o caso. Se os episódios de crise de enxaqueca ocorrerem 10 ou 15 vezes
por mês, essa recomendação deve ser seguida à risca. "Algumas células no
sistema nervoso central produzem endorfina, que ajuda no combate à dor. O uso
frequente de analgésicos acaba prejudicando a produção dessa substância,
obrigando o paciente a toma-los cada vez mais, uma vez que as dores de cabeça
se intensificam bastante", afirma doutor Marcelo.
Nesses casos, é indicado
suspender a medicação para que o sistema nervoso volte a produzir endorfinas e
o organismo desenvolva sua defesa natural contra as dores de cabeça frequentes.
"Embora a interrupção do uso de analgésicos nesta situação possa fazer com
que o indivíduo sofra por um período, depois ele estará livre delas, graças ao
aumento da produção de endorfinas", conclui o especialista em
Neurocirurgia do Hospital Santa Catarina.
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