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terça-feira, 19 de junho de 2018

Condromalácia patelar não significa fim de linha para as atividades físicas


Tratamentos podem eliminar dor e controlar a doença degenerativa no joelho


Doença crônica degenerativa, a condromalácia patelar parece ser vilã de quem quer praticar atividade física e uma boa desculpa de sedentários que relutam em se manterem distantes dos exercícios. Mas, apesar de não ter cura, de acordo com o ortopedista Alexandre Bitar, do Instituto Vita – clínica especializada em atendimento a atletas amadores e de alto rendimento – a lesão que gera amolecimento e desgaste da cartilagem do joelho tem controle, sendo possível evitar a progressão e eliminar a dor.

A cartilagem da patela sofre desgastes por vários motivos, como envelhecimento, utilização inadequada na vida diária e atividade física sem orientação profissional e de alto impacto. Além disso, alterações anatômicas no formato e altura da patela e do seu encaixe no fêmur (tróclea femoral) e sequelas de fraturas nas articulações podem motivar o problema.

"A lesão também pode ser fruto do desalinhamento postural, do desequilíbrio muscular, não só do joelho, mas também da região do core (músculos do abdome, lombar, pelve e quadril), responsável pela sustentação e estabilização dos movimentos do corpo", explica Dr. Bitar. Mas, o médico alerta que a lesão pode ser gerada por uma soma de alguns desses fatores.

Os principais sintomas do problema incluem dor, geralmente no trajeto da patela – osso de formato ligeiramente triangular, que fica na região da frente do joelho – estalos, que refletem maior contato entre os ossos, causando barulho ou sensação de "areia" no joelho, além de edema ou inchaço. Ressonância magnética e radiografia do joelho com carga e no membro inteiro, para detectar desvios angulares dos membros, fazem um diagnóstico com precisão e definem o grau de gravidade da doença.

O ortopedista explica que exercícios de alto impacto podem, em médio e longo prazo, levar a lesões, não somente na cartilagem do joelho, mas também a outras articulações. "Dentre outros cuidados, é importante atenção em gestos esportivos com ângulos de flexão maiores que 90 graus, como agachamento, leg press e os específicos para coxa, feitos na mesa extensora, com carga ou só com o peso dos aparelhos. Nessa angulação temos um aumento exponencial da pressão de contato entre o fêmur e a patela", explica.

Por fatores anatômicose hormonais, as mulheres estão mais predispostas a desenvolver a lesão. Além disso, aquelas que foram submetidas à cesárea têm mais dificuldade de ter o controle dos músculos da região do Core (abdominal, lombar e pélvis), o que evitaria os sintomas da condromalácia patelar.


Tratamento

A maioria dos pacientes com essas lesões é tratada conservadoramente, ou seja, sem cirurgia, trabalhando o equilíbrio da musculatura e das atividades diárias e físicas, respeitando a individualidade do paciente. Medicamentos, tanto por via oral quanto infiltrações, são ferramentas utilizadas, de acordo com o grau, localização e nível de progressão da lesão."Estudos e tratamentos para tentar reproduzir uma cartilagem o mais próximo do normal estão evoluindo, tanto injetáveis como implantadas cirurgicamente", conta o médico. "Em casos refratários, dependente da demanda do paciente e localização da lesão, podemos lançar mão do procedimento cirúrgico", afirma Dr. Bitar. O especialista explica, ainda, que uma das técnicas mais promissoras atualmente é o transplante de células da cartilagem (condrócitos), que são coletadas em laboratório, para multiplicação e crescimento ideais para o procedimento cirúrgico.


Outros tipos de cirurgia:

Por vídeo (artroscopia), para diminuir a pressão no local da lesão de cartilagem;
  • Estimulação da cartilagem mecanicamente, que produz uma cicatriz de cartilagem (micro perfuração ou ice picking);
  • Transplante de cartilagem de outra área do joelho.
Para o ortopedista, na maioria das vezes, a condromalácia patelar pode ser controlada com os tratamentos compatíveis à prática esportiva. "As lesões podem ser limitadoras quando muito avançadas, mas são exceções. Por isso, para controlar a doença, é fundamental fazer a avaliação com um médico especialista que identifique corretamente o problema e domine todas as ferramentas disponíveis para o tratamento."

Fortalecer a musculatura, procurar um profissional de saúde (fisioterapeuta ou preparador físico) para conduzir a atividade física individualizada e manter hábitos saudáveis, são a melhor forma de prevenir a doença e eliminar a dor.




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