Sabe o que é um
boot, né? Aquela reinicialização básica que até um computador pede de vez em
quando. E nosso corpo, como fica com tantas metas e expectativas impostas a
ele? Fernanda Surian, atleta de alta performance, fala sobre a "hora de
reinicializar"
Nessa vida de quem treina e não pode parar nunca,
inclusive de trabalhar, ter aquele botãozinho de boot na rotina é essencial.
Para Fernanda Surian, atleta de alta performance há quatro anos, entender o
funcionamento do organismo e principalmente da mente e saber qual é o nosso
limite tem que fazer parte do trabalho de autoconhecimento. Em busca de mais
qualidade de vida, ela percebeu alguns sinais que indicam quando o limite está
chegando e compartilha um pouco da sua experiência:
Peso corporal - para
quem treina, especialmente, e cuida muito do peso, esse marcador é fundamental.
Se eu ganho peso demais em um curto espaço de tempo, pode ser que esteja
estressado e descontando na comida, saindo da dieta, fazendo escolhas erradas.
Se eu perco peso sem entender o motivo, é ainda mais preocupante, porque pode
ser um aviso do corpo de que algo não vai bem. É importante ter consciência da
sua dinâmica corporal e ficar de olho.
Cor da urina - uma urina mais escura pode
indicar várias coisas, desde um consumo de água inferior ao necessário, até
alguma disfunção, desde hormonal ou mesmo mais profunda, do corpo. Fique
esperto e examine mesmo o seu organismo. A excreção é uma parte importante da
rotina, porque é ela quem vai medir de forma mais aparente o correto
funcionamento dos nossos órgãos. De qualquer forma, invista na água do jeito
certo (veja aqui - link) e fique de olho.
Frequência cardíaca - para um
adulto saudável, a frequência cardíaca média é de 60 a 100 batimentos. Pra
gente, que treina, pode ser inclusive um pouco mais baixa do que isso e tudo
bem. Lógico que, em alguns momentos do dia, podemos ter alterações (quando vê o
crush, por exemplo, rs). Mas é preciso ficar de olho se há taquicardia ou
alterações sem motivo aparente. Uma aceleração pode indicar que o coração está
tendo que se esforçar um pouco mais por causa de, já sabe: fadiga.
Ela explica que a fadiga crônica interfere
inclusive no bem estar emocional: “por isso, mesmo que meu organismo esteja ok,
eu sempre fico de olho em outros sinais, menos óbvios, mas que demonstram que
cheguei no meu limite: inchaço em áreas específicas ou mesmo no corpo todo,
cansaço geral, com dificuldade de concentração”. Ela lembra: “quando o sono não
vai embora mesmo depois de dormir normalmente, ou no meio do dia, sei que é
fadiga e que preciso de um tempo off. No meu organismo, o excesso de atividades
gera retenção de líquido, a digestão não fica legal, minha pele começa a
reclamar e aparecem alergias. Estar atento a isso faz com que a gente busque
soluções de forma mais rápida”, enfatiza a atleta.
Fernanda conta que a solução, para ela, é investir
em uma rotina diferente por uns dias, em atividades relaxantes, como meditar,
praticar yoga, alimentação mais leve. “Cada um de nós tem uma relação diferente
com o descanso também, então é importante investir naquilo que te faz bem! O
importante é ser o melhor amigo do seu corpo e da sua mente, se observar e
ficar atento a mudanças. Mesmo leves, elas sempre indicam algo!
Autoconhecimento, pra mim, faz parte da saúde e, por isso, tem que fazer parte
da minha rotina de treino também”.
Fernanda
Surian - Professora de inglês desde 2008, Fernanda já
coordenou professores, deu aula fora do Brasil e agora oferece um curso próprio
com foco em inglês instrumental. Formada em nutrição, Fernanda foi se
especializar no inglês cursando tradução e legendagem. É certificada por
Cambridge e pelo CELTA. Em 2014, Fernanda se apaixonou pelo mundo do Crossfit e
começou uma carreira de atleta de alta performance. Desde 2016, Fernanda uniu
os dois mundos e hoje compartilha em seu blog informações preciosas sobre
técnica, treino e autoconhecimento e oferece cursos com foco nesse universo do esporte, para ajudar coaches e alunos a
melhorarem seu desempenho.
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