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quarta-feira, 23 de maio de 2018

Câncer de mama em familiares é sinal de alerta


 Inovações na medicina permitem rastrear os genes favoráveis a doenças, como o câncer de mama, e a optar por intervenções profiláticas, como a mastectomia


O câncer de mama é a patologia que mais acomete as mulheres, sendo responsável por cerca de 20% das mortes por câncer. Dados da American Cancer Society (Sociedade Americana do Câncer) estimam que uma entre 12 mulheres desenvolverá câncer de mama durante a vida e a incidência desta doença aumenta com a idade.
Antecedentes familiares de câncer de mama, especificamente em mãe e irmãs, além de lesões benignas precursoras de malignidade, são fatores que compõem o grupo de maior risco. Segundo pesquisa publicada no Journal of the American Medical Association, aproximadamente 10% da população feminina pode ser considerada de alto risco para câncer de mama. Mas felizmente apenas 30% desenvolve a doença. Com dados que crescem a cada ano, como prevenir esta doença?
Com os avanços na medicina em tecnologia e exames já é possível investigar as possibilidades genéticas de desenvolver algumas doenças, entre elas o câncer, bem como listar as mais de 50 síndromes de câncer hereditárias. Mas muito se debate sobre investigar ou não esse tipo de questão, pois esse tema leva a outro tema bem controverso entre os médicos mastologistas que é a cirurgia de mastectomia profilática, a mesma realizada pela atriz Angelina Jolie em 2013.
De acordo com o Dr. Rogério Fenile, mastologista e membro titular da Sociedade Brasileira de Mastologia, este procedimento é uma forma preventiva para as mulheres com alto índice hereditário, de histórico familiar, de desenvolver a doença. “O procedimento também é indicado para os casos em que a paciente já teve ou tem câncer em uma das mamas e retira a outra para evitar que a doença se espalhe”, explica o especialista.  
Ainda de acordo com Fenile, é importante ressaltar que esta passa a ser mais uma opção a ser considerada e não a única. “A paciente deve ter clareza das opções para que o melhor seja feito em benefício da sua saúde. É uma decisão que ela deve tomar em conjunto com o seu médico, sempre lembrando que a cirurgia veio para somar às alternativas já existentes”, reforça.
Ter a alteração genética não é garantia de que a paciente desenvolverá um câncer, mas sim um grande aumento das possibilidades. Assim como a cirurgia não impossibilita a doença de ressurgir. É uma alternativa que reduz as chances do câncer nas mamas em aproximadamente 90%, mas não impede que surja nas axilas e na parede torácica, por exemplo. “Por isso, mesmo se esta tenha sido a opção escolhida pela paciente, ela precisará manter o acompanhamento com o mastologista justamente para realizar exames com frequência, reforçando a prevenção”, conclui o mastologista.




 Dr. Rogério Fenile - Mestre e Doutor em Ciências Médicas pela Disciplina de Mastologia do Departamento de Ginecologia da UNIFESP e membro titular da Sociedade Brasileira de Mastologia. É especialista em cirurgia de reconstrução mamária, com mais de 20 anos de experiência médica. Para saber mais sobre o seu trabalho, acesse www.drrogeriofenile.com.br ou @drrogeriofenile nas redes sociais.

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