17 de maio é o Dia Mundial de Combate à
Hipertensão, um problema de saúde que atinge 10% das grávidas no Brasil.
Segundo a Sociedade Internacional de Estudos sobre Hipertensão na Gravidez, no
mundo, mais de 75 mil mães e 500 mil bebês morrem anualmente devido à pressão
alta.
Mulheres
que já sofrem com a doença devem redobrar os cuidados com a saúde nesse
período, informando ao médico a sua condição para que ele recomende tratamento
adequado. Já as demais devem ficar atentas, pois podem desenvolver hipertensão
arterial durante a gravidez.
O aumento
da pressão compromete a saúde tanto da mãe quanto do feto e exige cuidados. “A
hipertensão pode causar quadros de pré-eclâmpsia e eclampsia, que são próprias
da gravidez, e aparecem após o quinto mês de gestação. Na pré-eclâmpsia, a
pressão arterial materna aumenta e a mulher elimina proteínas pela urina ou
apresenta lesão no rim, fígado, sistema de coagulação, pulmão ou cérebro”,
explica Ricardo Cavalli, presidente da Comissão Nacional Especializada em
Hipertensão na Gestação da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia
e Obstetrícia (Febrasgo).
A doença
pode evoluir para eclampsia e comprometer a vida da mãe e do bebê, já que
ocasiona lesões em órgãos como rins, fígado e até no sistema nervoso central.
Há ainda risco de causar convulsões e inchaços, além de antecipar o parto,
fazendo com o bebê nascer prematuro.
As causas
da hipertensão na gravidez são várias, entre elas estão problemas nos vasos
sanguíneos, obesidade, alteração do colesterol ou das triglicérides e doença
renal. Os sintomas são dores de cabeça, inchaços, dificuldade para respirar,
visão embaçada ou sensação de luzes piscando.
O
tratamento é feito com medicamentos, mas é necessário que a gestante faça o
controle da pressão arterial e se alimente de forma correta.
“Mulheres
obesas, diabéticas, com doenças renais, hipertensas antes da gravidez, grávidas
de gêmeos e as que já tiveram eclampsia na gravidez anterior possuem maior
possibilidade de desenvolver”, alerta o médico.
Mães que
desenvolveram hipertensão gestacional podem deixar de ser hipertensas após o
parto; a pressão arterial diminui com a eliminação da placenta.
“É
importante lembrar que a mulher deve ser avaliada por um médico porque do mesmo
modo que a pressão pode voltar aos níveis normais, a hipertensão pode se tornar
crônica. Além disso, elas correm risco de apresentar mais problemas
cardiovasculares e renais no futuro, então devem fazer exercícios físicos e
manter uma dieta balanceada pelo resto da vida”, alerta Cavalli.
Aquelas que
já sofreram com pré-eclâmpsia na gravidez têm risco maior de ter pressão alta
na próxima gestação. “O que recomendamos é que use medicamentos preventivos
(AAS e Cálcio) que irão diminuir as chances da recorrência da doença. Não
elimina as chances, mas diminui”.
“Para diminuir os óbitos devido à doença, é
importante que as mães saibam o que é a hipertensão gestacional, como evitar e
o que ela pode causar”, finaliza Cavalli.
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