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segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Resistência da gonorreia aos antibióticos está cada vez maior no mundo



Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a resistência aos antibióticos está tornando a gonorreia muito mais difícil e, em alguns casos, até impossível de tratar. A instituição analisou dados de 77 países e verificou que a “supergonorreia” já não consegue ser combatida com remédios “antigos”.

O uso indiscriminado e abusivo, além de incorreto, dos antibióticos levaram as bactérias a desenvolver mecanismos de resistência que as tornam mais protegida dos antimicrobianos atuais.

Para o infectologista Caio Rosenthal, conselheiro do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), pacientes com doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) muitas vezes se automedicam ou procuram o balconista da farmácia para o tratamento. “Isso leva ao erro do diagnóstico e também a um tratamento inadequado, contribuindo tanto para uma maior disseminação da doença quanto aumentando as chances da bactéria tornar-se mais resistente”, destaca.

A cada ano, estima-se que 78 milhões de pessoas sejam infectadas com gonorreia. A DST pode infectar genitais, reto e garganta, e as complicações afetam principalmente mulheres, incluindo doença inflamatória pélvica, gravidez ectópica e infertilidade, assim como um risco maior de contrair HIV.

Uma vez estabelecido o diagnóstico, o médico deve tratar seu paciente, solicitar exames relacionados a outras DSTs (HIV, Hepatite B, Hepatite C e Sífilis) e mostrar a importância do uso dos preservativos. Para Rosenthal, é essencial que o profissional não faça julgamentos e não atue de modo discriminatório. “É importante lembrar ao paciente, também, que tanto a gonorreia quanto a sífilis não induzem imunidade e, portanto, a mesma pessoa pode ser contaminada várias vezes ao longo da vida”, ressalta.

O declínio do uso de preservativo e a falta de proteção durante o sexo oral (em homens e mulheres) contribuem para o desenvolvimento de um perigoso tipo de gonorreia e sua disseminação. “O uso do preservativo ainda não está incorporado na nossa cultura”, diz Rosenthal. Para o especialista, são necessárias mais informações e campanhas mais esclarecedoras para todas as camadas da população.


Sobre a doença

A gonorreia é uma doença sexualmente transmissível (DST) comum, que afeta tanto homens quanto mulheres. É causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae, também conhecida como gonococo. Qualquer indivíduo que tenha qualquer prática sexual pode contrair a gonorreia. A infecção pode ser transmitida por contato oral, vaginal ou anal.

Na maioria dos casos, sem sintomas muitos claros em seu início, a gonorreia pode passar despercebida. Para Rosenthal, cabe aos gestores de saúde, professores, autoridades da área de saúde e meios de comunicação divulgar as informações necessárias para a identificação dos sintomas. 


No pênis, os sinais mais comuns são:

  • Dor e ardência ao urinar;
  • Secreção abundante de pus pela uretra;
  • Dor ou inchaço em um dos testículos.

Já na vagina, os sintomas são:

  • Aumento no corrimento vaginal, que passa a ter cor amarelada e odor desagradável;
  • Dor e ardência ao urinar;
  • Sangramento fora do período menstrual;
  • Dores abdominais;
  • Dor pélvica.

Usar preservativos na relação sexual é o melhor meio para se prevenir da gonorreia. É importante usar camisinha em todo e qualquer tipo de contato sexual, seja ele vaginal, anal ou oral.

Para evitar futuras transmissões da infecção, é importante também que todos os parceiros ou parceiras sexuais sejam tratados. “Não devemos esquecer de orientar o paciente a trazer o seu/sua parceiro(a) para também submeter-se ao tratamento e às orientações dadas pelo médico ou pela equipe multiprofissional”, alerta Rosenthal.






Fonte: Infectologista Caio Rosenthal, conselheiro do Cremesp.





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