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quinta-feira, 3 de agosto de 2017

“O que os adolescentes querem saber sobre sexo?”



Nesta fase, jovens têm muitas dúvidas sobre o tema; a indicação é que pais e responsáveis abordem o assunto na adolescência, estejam interessados na curiosidade do filho e controlem reações e expressões de reprovação ao escutá-lo, para só então orientar e expressar suas opiniões e valores. 


A sexualidade na adolescência é uma característica do ser humano nesta etapa do desenvolvimento. Sua manifestação é sinal de um desenvolvimento saudável e desejado e não deve ser negada, nem omitida, mas orientada e acompanhada pelos pais e responsáveis. Muitos se perguntam qual a melhor hora para falar sobre sexo com os filhos, sobre “como”, “quando” e o “que” falar.

“O momento certo para abordar o assunto, a princípio, é na adolescência, que tem seu início com a puberdade. Mas é preciso usar de toda sensibilidade e percepção para cada caso de acordo com as diferenças no desenvolvimento que varia de pessoa para pessoa”, explica Karin Kenzler, orientadora educacional do Ensino Médio do Colégio Humboldt - instituição bilíngue e multicultural (português/alemão), localizada em Interlagos (SP).

A orientadora afirma que os jovens de hoje são expostos ao tema muito cedo e de maneira desordenada por diversos meios da mídia, como a televisão e a internet, e que vivemos numa cultura na qual a sexualidade é muito exposta e, de certa forma, banalizada. Também ocorre uma erotização precoce dos jovens e de suas relações. Por outro lado, as dúvidas sobre o tema ainda permanecem para os filhos. “Isso tudo dificulta determinar o momento certo de iniciar o diálogo sobre o tema, pois este não segue mais apenas o curso natural do amadurecimento biológico. É necessário estar atento à curiosidade dos filhos, mudanças de comportamento e interesses para dar abertura a uma conversa. Atender sempre à demanda das perguntas dos filhos é a melhor maneira de acompanhar esta fase”, pondera.

Outra boa forma de abordar o assunto minimizando a vergonha e o constrangimento tanto do pai como do filho é falar de fatos relacionados ao tema veiculados na mídia.
“O comportamento sexual dos jovens hoje é muito diferente do de 50 anos atrás e um possível choque cultural na hora de falar do assunto pode ser inevitável. Os jovens estão muito mais familiarizados com o tema pela constante exposição por meio das mídias, e se vão procurar os pais para conversar a respeito vai depender principalmente da postura e atitude dos mesmos diante do assunto. Os pais precisam controlar suas reações ao escutar os filhos e conter expressões de reprovação e censura num primeiro momento, priorizando uma postura curiosa e interessada para manter a abertura do canal de comunicação. Uma vez estabelecida essa relação de confiança e intimidade, os pais poderão e deverão orientar e expressar suas opiniões e valores”.

A orientadora também alerta que muitos pais temem abordar o assunto com medo de precipitar a curiosidade e iniciação sexual. “Mas o acesso a informações não precipita a iniciação sexual, pelo contrário, torna o jovem mais apto a tomar suas próprias decisões e precauções e a fazer frente às pressões do grupo e da sociedade”, diz Karin. “Os pais precisam se preparar para esta fase e buscar as informações que precisam, assim como se inteirar do universo e cultura jovem para poder interagir, orientar e intervir”.

Perguntas relacionadas ao tema, como a origem dos bebês e da diferença dos sexos, podem surgir já na primeira infância. Portanto, novamente, os pais precisam estar preparados desde cedo e munidos de naturalidade e simplicidade para responder. “Na hora de dar uma orientação ou responder a uma pergunta é importante checar o grau de conhecimento do jovem ou criança, devolvendo a pergunta ou questionando a origem da informação ou da dúvida, para não cometer o erro de dar a resposta errada ou informações indevidas para aquele momento”, continua a orientadora. “É importante lembrar que o filho só vai expor-se na mesma medida que o pai o faz. A intimidade precisa ter certa reciprocidade com as devidas adequações à faixa etária. Contar ou apenas lembrar-se de sua própria adolescência, pode ser uma luz no caminho para o diálogo”, conclui Karin.




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