Levantamento releva quem foram os deputados e
senadores eleitos graças ao financiamento de empresas e pessoas
físicas que devem milhões à União
Para
se elegerem, boa parte dos parlamentares do Congresso Nacional tiveram suas
campanhas financiadas por pessoas físicas e jurídicas devedoras da União. É o
que revela levantamento divulgado pelo Sindicato Nacional dos Procuradores da
Fazenda Nacional - SINPROFAZ, com base em dados da Procuradoria-Geral da
Fazenda Nacional. O que chama ainda mais a atenção é que esses mesmos
parlamentares formaram a Comissão Mista que analisou a Medida Provisória 783,
relativa ao novo Refis, e aprovaram descontos de quase 100% em juros, multas e
encargos para os devedores que aderirem ao refinanciamento.
Saiba quem foram os devedores da União que
financiaram campanhas eleitorais de candidatos ao cargo de Deputado Federal.
Saiba quem foram os devedores da União que
financiaram campanhas eleitorais de candidatos ao cargo de Senador da
República.
A
MP 783 foi relatada por Newton Cardoso Júnior (PMDB/MG), deputado que deve
milhões à União e teve a campanha eleitoral financiada por 12 pessoas físicas
e/ou jurídicas em débito com os cofres públicos. Juntos, os financiadores do
parlamentar devem mais de R$ 104 milhões aos cofres da União. Deles, Newton
Cardoso Júnior recebeu R$ 773 mil. No mês de maio, ao relatar a então Medida
Provisória 766 - que instituía o Refis -, o deputado tentou alterar o texto
original do Executivo, concedendo descontos de 99% em juros, encargos e multas
para os devedores. As mudanças provocaram polêmica no plenário da Câmara dos
Deputados e a MP acabou caducando.
"Não
satisfeitos com a tentativa frustrada de maio, os parlamentares devedores
tentam, mais uma vez, extinguir as próprias dívidas e os débitos de seus
financiadores. Eles acabaram sendo beneficiados com a reedição de uma nova
Medida com benefícios a mais. Tal MP, a 783, está na pauta de hoje da Câmara
dos Deputados." A denúncia foi feita pelo procurador da Fazenda Nacional
Achilles Frias, presidente do SINPROFAZ, durante audiência pública promovida na
última segunda-feira (14) pela CPI da Previdência no Senado Federal. Assista à denúncia
aqui: goo.gl/VfrRSk
De
acordo com o PFN, os Refis são nefastos para a população, uma vez que
privilegiam o mal pagador em detrimento do bom. "Criou-se, no Brasil, a
cultura dos parcelamentos periódicos. O devedor contumaz sabe que se não paga
seus débitos hoje, em breve, será beneficiado com um parcelamento que retirará
boa parte das multas, juros e encargos de sua dívida, diminuindo-a
consideravelmente", explicou.
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