O ortopedista
Mauricio Marteleto fala dos prós e contras dessa nova prática esportiva
Os escadões de São Paulo, e em outras grandes cidades
do mundo, viraram ponto de encontro dos atletas dessa nova modalidade que, no
Brasil, já tem até uma musa: a apresentadora Sabrina Sato. A da
"subida de escadas" é um tipo de exercício que trabalha
principalmente os músculos das pernas e glúteos. É uma atividade que exige
grande esforço e 30 minutos de subida de escada equivalem a uma hora de
musculação. Os treinos podem ser feitos em locais diferentes garantindo
variação de intensidade e extensão.
Mas o ortopedista Mauricio Marteleto aponta alguns
cuidados que devem ser tomados pelos "atletas de escada". O esforço
extra de subir degrau por degrau pode ter consequências sérias e
causar lesões musculares nas pernas, tendões e ossos. “Para o esportista amador
ou para aquele que está iniciando na modalidade, o ideal é ter o acompanhamento
de um preparador físico profissional para ter a orientação adequada e
diminuir os riscos de lesão”, orienta o ortopedista.
Segundo o doutor Mauricio Marteleto, a primeira
preocupação deve ser com o calçado que deve ter o solado adequado para absorver
o impacto das pisadas e prevenir lesões. Os tênis próprios para esse tipo
de exercício favorecem o amortecimento dos movimentos nos tornozelos e
joelhos diminuindo os riscos. O médico ressalta que todos os calçados têm
vida útil e com o tempo se desgastam e perdem a eficácia. “No caso daqueles que
treinam todos os dias o período de uso do tênis é de dois a três meses. Não
mais do que isso, pois o tênis desgastado pelo uso perde a capacidade de
absorver o impacto e pode causar lesões”, explica.
O especialista alerta ainda que se durante a
prática do exercício, a pessoa sentir algum desconforto nos membros
inferiores deve logo procurar ajuda médica. Nos casos em que o paciente
relata dor durante a caminhada, o ortopedista além de exames específicos de
imagem para avaliar as causas do problema, leva em consideração também como
é a marcha do paciente, para acompanhar o movimento do pé no contato com o
solo, e analisa até o desgaste na sola do calçado para identificar
possíveis alterações no caminhar.
“A pisada correta gasta mais a porção lateral do
calçado e se agente observa desgastes na porção interna da sola, por
exemplo, é um indicativo de pés planos (problema ortopédico que se
caracteriza pela diminuição do arco e o toque da planta do pé por
inteiro no chão). Outras vezes, alterações na pisada podem sinalizar
problemas no quadril e na coluna. Se não tratar a causa, a lesão pode se tornar
mais séria”, pontua o especialista.
Dr. Maurício Marteleto Filho - médico ortopedista
formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, membro titular
da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia - SBOT. Há mais de 10 anos
atua na área de cirurgia da coluna vertebral, sendo membro efetivo da Sociedade
Brasileira de Coluna (SBC), Sociedade Brasileira de Patologia da Coluna
Vertebral (SBPCV) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Minimamente Invasiva da
Coluna Vertebral.
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