A atividade mais quente do momento promete
resultados surpreendentes, no entanto, o método exige um cardápio à altura.
Nessa
época do ano as academias começam a encher, afinal, metade do inverno já passou
e muitas pessoas aproveitam para dar início ao projeto verão e eliminar as
gordurinhas acumuladas nas estações mais frias. Porém, atualmente, o que está
em alta não é a tradicional combinação de musculação e exercícios aeróbicos praticados
com o auxílio de aparelhos funcionais e modernos, e sim um método alternativo,
que vem ganhando o coração não só daqueles que visam perder peso, mas também de
quem deseja aumentar a massa magra e definir a musculatura, ou ainda, quem
busca uma qualidade de vida maior.
O
método de treinamento militar, que virou febre nas academias de todo o Brasil e
ganhou adeptos entre as celebridades nacionais, continua conquistando cada vez
mais pessoas que estão em busca não só de emagrecimento e definição, mas também
saúde e bem-estar. O programa, conhecido como crossfit, já era utilizado, há muito tempo,
por academias de polícia, unidades militares, equipes de operações táticas e
atletas profissionais do mundo todo. A modalidade mescla exercícios de alta
intensidade com atividades intercaladas, combinando força e condicionamento.
Mas, além de um grande esforço físico, esse esporte também estimula uma nova
rotina de hábitos saudáveis para seus praticantes, que vai desde a mudança de
pequenos costumes do dia a dia, até uma intensa reeducação alimentar.
Atividade demanda grande carga física
A
modalidade de exercícios é a que mais cresce no mundo nos últimos tempos e já é
tendência nas academias de musculação. O método é baseado em movimentos
funcionais de alta intensidade, que são variados constantemente e, normalmente,
envolvem levantamento de peso, ginástica olímpica e condicionamento metabólico,
ou cardio. As atividades, geralmente, são muito dinâmicas e, por isso, o treino
caiu no gosto daqueles que querem fugir da monotonia dos outros exercícios.
Estima-se
uma perda média de 500 calorias em um treino com duração de uma hora e os
praticantes afirmam: é cansativo, mas dá resultado. Porém, como toda rotina
esportiva, para alcançar o objetivo desejado, é preciso aliar uma alimentação
proporcional ao ritmo de exercícios. Devido ao seu alto nível de desgaste
físico, é necessário adotar uma dieta que supra suas demandas funcionais,
através de uma nutrição equilibrada, que deve estar diretamente associada à
capacidade e ao interesse de praticante.
O segredo está no equilíbrio
O
nutricionista Willian Ribeiro explica que a dieta dos praticantes do crossfit ou,
popularmente, dieta crossfit,
consiste em um plano alimentar que melhora a resistência e favorece os
músculos. Segundo o consultor da Nature
Center, para ter sucesso na atividade os atletas precisam de uma
alimentação adequada e completa, capaz de fortalecer o corpo, evitar lesões e
promover uma recuperação rápida e eficaz: “Por ser um esporte que exige alta
performance, a prática tem um gasto calórico elevado e isso faz com que a
pessoa necessite de uma dieta adaptada, justamente para prevenir a perda de
massa magra e potencializar a queima de gorduras”.
Além
disso, o especialista alerta que qualquer exercício de grande intensidade exige
a presença de nutrientes específicos no organismo para evitar complicações como
hipoglicemia e tontura, especialmente no caso do crossfit, em que exige uma carga física
redobrada: “O praticante precisa estar adequadamente nutrido para aguentar a
intensidade das séries. Para isso é recomendável um consumo maior de vitaminas
e minerais, pincipalmente os antioxidantes e anti-inflamatórios, pois essas
substâncias combatem os radicais livres que são produzidos em maior quantidade
durante o exercício, e ainda ajudam a reduzir o risco de lesões articulares e a
dor muscular que pode ocorrer após o treino”.
O que não pode faltar no prato
A
dieta ideal para acompanhar a rotina intensa dos adeptos a esse esporte deve
conter todos os grupos alimentares, é extremamente importante incluir no
cardápio uma variação de proteínas de carnes magras ou de origem vegetal,
gorduras de fontes saudáveis - como o óleo de coco, sementes de linhaça, chia e
oleaginosas: amêndoas, nozes e castanhas - além, é claro, dos carboidratos
complexos, vitaminas e minerais. Geralmente o consumo das proteínas é
aumentado, mas, para isso é aconselhável a orientação de um nutricionista, pois
há um limite máximo para a ingestão diária.
O
esporte também pode gerar uma acidose metabólica, portanto, os alimentos
alcalinos são altamente recomendados, podendo ser administrados antes dos
exercícios ou entre cada sessão: “Além de ajudar na cura e prevenção de
diversas patologias, esses alimentos alcalinos ainda diminuem a acidez do
sangue e mantém o equilíbrio do organismo. Podemos destacar entre eles o limão,
ameixas, abacaxi e tangerina” – explica o nutricionista.
Conceito pré-histórico
Esse
plano alimentar é muito próximo ao utilizado na dieta paleolítica. Ambos têm
como objetivo principal impedir o acúmulo de gordura corporal e favorecer a
massa magra através de uma dieta na qual a ingestão de carnes, ovos,
tubérculos, frutas e vegetais é privilegiada. O método paleolítico é conhecido
basicamente como “a dieta das cavernas”, isso porque a ideia é comer
praticamente o que os homens pré-históricos comiam, pois acredita-se que o
organismo humano não evoluiu ao ponto de se ajustar ao consumo de alimentos
processados e industrializados, como açúcar refinado, derivados do leite e
grãos. O argumento usado pelos especialistas é de que os alimentos
geneticamente transformados e altamente processados contêm substâncias nocivas,
como lectinas, fitatos e glúten capazes de danificar o sistema digestivo,
causar inflamações e intolerâncias. Algumas delas ainda são responsáveis por
problemas de saúde como baixa imunidade, inflamações, dores musculares,
infertilidade, refluxo, dermatites, gastrites e, até mesmo, a falta de força e
energia.
Alimentos energizantes potencializam os resultados
Um
treino de crossfit
eficiente exige muita energia, por isso, os adeptos do esporte precisam seguir
uma dieta especial, que forneça os nutrientes certos para suportar a demanda e,
ao mesmo tempo, promover a recuperação muscular no pós-treino. Dessa forma o
corpo ganha um estímulo para a definir a musculatura, o que facilita a perda de
gordura corporal por um período prolongado, pois, durante a regeneração, o
organismo continua acelerado e queimando uma quantidade maior de lipídios.
A
energia extra, fornecida através da alimentação, é fundamental também para o
rendimento do treino, por isso os carboidratos fazem parte dessa rotina
alimentar, no entanto, são permitidos apenas os de baixo e médio índice
glicêmico, como batata-doce, inhame, brócolis, berinjela e maçã. No entanto, o
nutricionista ressalta que o consumo desses ingredientes deve ser aliado de
outros grupos alimentares, como proteínas e gorduras boas, para amenizar o
impacto no organismo. “Isso se repete em quase todas as refeições, mas a
quantidade ideal depende da intensidade e duração do treino, da composição
corporal e das características biológicas e particulares de cada indivíduo, por
isso, é fundamental procurar o auxílio de um profissional capacitado antes de
adotar medidas radicais por conta própria” – explica Ribeiro.
Além
dos carboidratos, outros alimentos funcionais também podem potencializar os
resultados do treino, garantindo mais energia
e disposição, sem agregar calorias ao plano alimentar. Entre as
alternativas, as bebidas termogênicas são destacadas pelo especialista como uma
das melhores opções: “O chá verde pode ser um ótimo aliado, por exemplo. Além
de ser termogênico, que aumenta o ritmo de trabalho organismo e,
consequentemente, o gasto calórico, a bebida ainda contém uma boa concentração
de cafeína, que acelera as funções metabólicas do corpo e garante a utilização
das reservas de gordura como fonte de energia, aumentando a força e disposição,
sem efeitos colaterais” – acrescenta Ribeiro.
É preciso suplementar?
De
acordo com o especialista, boa parte dos adeptos desse esporte costuma recorrer
a suplementações para dar suporte ao organismo e aumentar a performance durante
o treino: “Os mais procurados são aqueles que oferecem um maior aporte de
proteínas ou que contém substâncias energéticas e naturais como a cafeína, para
aumentar o rendimento. Mas, dependendo do caso, algumas pessoas necessitam de
uma reposição de vitaminas e minerais, ou, até mesmo, de algum outro nutriente
anti-inflamatório ou antioxidante, portanto, novamente: o acompanhamento de um
nutricionista é fundamental”.
Como organizar a rotina alimentar
O
especialista recomenda o consumo de carboidratos complexos acompanhando por
proteínas magras cerca de 1 a 2 horas antes do treino. Durante as séries de crossfit, caso a
atividade se estenda por mais de 1 hora, é preciso ingerir carboidratos
líquidos e de fácil digestão. Logo depois do treino o ideal é comer alimentos
ricos em proteína e carboidratos novamente, podendo adicionar gorduras boas ao
prato. Frutas vermelhas ou outras, como maçã, damasco e cereja podem ser
combinadas com sucos como de limão ou laranja podem ser uma boa pedida antes da
prática. Após o exercício, vitaminas e shakes com mix de frutas, combinados com
uma fonte de proteínas também garantem uma boa escolha. O consumo de proteína é
indicado em todas as refeições, mas os carboidratos são restritos às horas
próximas (antes e depois) dos exercícios. "A hidratação não pode ser
deixada de lado e é aconselhável tanto durante a atividade, quanto ao longo do
dia, para reduzir a retenção de líquidos e eliminar as impurezas do
organismo" - finaliza Ribeiro.
Fonte: Nature Center
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