Especialista
do Centro Paulista de Oncologia (CPO) – Grupo Oncoclínicas esclarece as
principais dúvidas das mulheres quando recebem o diagnóstico de um câncer
durante a gravidez
Câncer na gestação é incomum, estudos recentes
apontam que uma a cada 1.000 gestantes são surpreendidas com esse diagnóstico.
Diante deste cenário, existem diversas dúvidas que permeiam a cabeça das
mulheres e, para reverter este quadro é necessário o acompanhamento
multidisciplinar especializado, que conduzirá o tratamento da melhor forma, sem
prejudicar o desenvolvimento do bebê.
De acordo com dados do Instituto Oncoguia, os
cânceres que acontecem com maior frequência durante a gravidez são: os de mama,
colo de útero, de pele (melanoma), linfomas e leucemias. “Lidar
com a doença no momento da gravidez não é fácil, porém, é preciso deixar claro
que existem possibilidades de tratamento. O tumor de colo do útero, por
exemplo, pode ser tratado durante a gestação e, dependendo do estágio em que o
tumor se encontra, também pode ser tratado depois do nascimento do bebê”,
comenta a Dr. Michelle Samora, oncologista do Centro Paulista de Oncologia
(CPO) – Grupo Oncoclínicas.
Abaixo, a especialista esclarece as principais
dúvidas sobre neoplasias durante a gestação:
1- Quando acontece o surgimento de um câncer
durante a gravidez, qual o primeiro passo a ser seguido?
De acordo com as recomendações do Ministério da
Saúde em seu último manual de pré-natal, a autonomia da paciente é um direito
que deve ser sempre respeitado. Dessa forma, o desejo da mulher de manter a sua
gestação deve ser considerado. Assim, o objetivo principal é encontrar o
caminho que não prejudique a saúde do bebê e, ao mesmo tempo, consiga combater
o crescimento da doença. Por isso, é indicado que se procure um oncologista
que, por sua vez, irá recomendar o melhor tratamento em cada caso. Durante o
processo, é preciso se atentar também ao crescimento fetal de maneira mais
cuidadosa do que de uma gestação comum. Qualquer mudança no feto, fará com que
o tratamento seja revisto.
2- Os tratamentos de câncer podem interferir no
desenvolvimento do feto?
Esse é um fator preocupante. Utilizamos os
tratamentos quimioterápicos apenas a partir do segundo trimestre de gestação,
quando o efeito teratogênico é possivelmente menor sobre o feto. A radioterapia
pode causar problemas no bebê como microcefalia, retardo mental, microoftalmia,
catarata, anormalidades, até morte fetal. Além disso, deve ser considerada
individualmente de acordo com o tipo e localização do tumor, desde que a dose
no feto seja inferior aos limiares de segurança, o que pode ser atingido
mediante uso de blindagens, configurações de campos de radiação e planejamento
por especialistas capacitados. A radioterapia em pelve e órgãos próximos ao
feto é contraindicada, por exemplo, no câncer de colo de útero. A cirurgia, por
sua vez, pode ser realizada durante a gestação, mas em determinadas ocasiões
pode ser reservada para o período pós-parto.
3- É indicado que a paciente faça um
acompanhamento multidisciplinar?
Além do tratamento médico também é recomendado
que a mulher passe por um acompanhamento psicológico bem direcionado para
amparar e dar suporte. Por meio desse processo multidisciplinar, a mulher se
sente mais segura para enfrentar o tratamento, lida melhor com o medo da doença
e a preocupação com o desenvolvimento da criança. Mesmo o câncer durante a
gravidez sendo considerado de alta gravidade, é possível tratá-lo de maneira
segura tanto para a mãe como para o bebê.
4- A doença é o motivo para o adiantamento do
parto?
O parto deverá ser considerado assim que a
viabilidade fetal for alcançada, com menor morbidade neonatal esperada. Em
relação ao tipo de parto, alguns tumores podem estimular a preferência pela
cesárea, como ocorre em certos casos de câncer de colo de útero, a fim de se
evitar liberação de células tumorais, lacerações ou hemorragias. O
quimioterápico deve ser suspenso em torno de três a quatro semanas antes do
parto, para evitar que a mãe e o feto estejam com baixa imunidade, risco de
infecções e/ou com plaquetas baixas e risco de sangramento no momento do parto,
o que aumenta as chances de complicações materno-fetais. É importante lembrar
que deve evitar a amamentação, visto que vários quimioterápicos foram
encontrados no leite materno.
Sobre o CPO
Fundado há mais de três décadas pelos
oncologistas clínicos Sergio Simon e Rene Gansl, o Centro Paulista de Oncologia
CPO - Grupo Oncoclínicas, oferece cuidado integral e individualizado ao
paciente oncológico. Com um corpo clínico com mais de 50 oncologistas e
hematologistas e uma capacitada equipe multiprofissional com psicólogos,
nutricionistas, farmacêuticos, enfermeiros e reflexologistas. Oferece consultas
médicas oncológicas e hematológicas, aplicação ambulatorial de quimioterápicos,
imunobiológicos e medicamentos de suporte, assistência multidisciplinar
ambulatorial, além de um serviço de apoio telefônico aos pacientes 24 horas por
dia e acompanhamento médico durante internações hospitalares.
O CPO possui a acreditação em nível III pela
Organização Nacional de Acreditação (ONA) e a Acreditação Canadense Diamante
(Accreditation Canada), do Canadian Council on Health Services Accreditation, o
que confere ao serviço os certificados de "excelência em gestão e
assistência” e qualifica a instituição no exercício das melhores práticas da
medicina de acordo com os padrões internacionais de avaliação. A instituição
possui uma parceria internacional com o Dana Farber Institute / Harvard Cancer
Center, que garante a possibilidade de intercâmbio de informações entre os
especialistas brasileiros e americanos, bem como discussão de casos clínicos.
Além disso, ainda, proporciona a educação médica continuada do corpo clínico do
CPO, com aulas, intercâmbios e eventos com novidades em estudos e avanços no
tratamento da doença. Atualmente o CPO possui duas unidades de atendimento em
São Paulo, nos bairros de Higienópolis e Vila Olímpia.
Sobre o grupo oncoclínicas
Fundado em 2010, é o
maior grupo especializado no tratamento do câncer na América Latina. Possui
atuação em oncologia, radioterapia e hematologia em 10 estados brasileiros.
Atualmente, conta com mais de 43 unidades entre clínicas e parcerias
hospitalares, que oferecem tratamento individualizado, baseado na melhor
prática clínica.
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