Doses muito
elevadas têm sido indicadas com finalidade estética, visando rejuvenescimento
ou tratamento de doenças inflamatórias e pode trazer riscos à saúde
A
exposição solar diária, por cerca de 20 minutos, é principal maneira para
assegurar níveis saudáveis de vitamina D no organismo. Com a chegada do
inverno, a carência desse nutriente é percebida em boa parte da população, mas
é mais preocupante em idosos e mulheres no pós menopausa, por conta dos riscos
que esta deficiência traz à saúde óssea. A checagem dos níveis de Vitamina D
(25OH vitamina D) e a suplementação deste nutriente tornou-se rotina nos
consultórios, mas também alimentou um caminho inverso: o consumo indiscriminado
levando ao aumento do número de casos de intoxicação.
A
falta de vitamina D prejudica principalmente a saúde óssea, pelo fato de a
mesma ter como função a absorção do cálcio no intestino, mineral que por sua
vez é fundamental para o metabolismo ósseo. Desta forma, aumenta o risco de
osteoporose e fraturas osteoporóticas, ou seja, atraumáticas ou de baixo
impacto.
Como
não é possível adequar os níveis da vitamina D apenas através da alimentação,
suplementar é importante, mas apenas quando há essa indicação. Segundo a
endocrinologista Carolina Aguiar Moreira, que preside o Departamento de
Metabolismo Ósseo da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia
(SBEM), existe uma prevalência muito alta de hipovitaminose D na população
em geral, principalmente no inverno. “Toda a população pode ser acometida pela
baixa exposição solar, especialmente os idosos. Um estudo realizado por nossa
equipe no Serviço de Endocrinologia do HC-UFPR identificou uma prevalência de
deficiência da vitamina D em 70% das mulheres na pós-menopausa avaliadas”,
alerta a médica.
Vitamina
D, rejuvenescimento e intoxicação
Se
a carência traz riscos, o excesso de vitamina D no organismo também tem suas
complicações e os casos de intoxicação, segundo a médica Carolina Aguar
Moreira, têm sido cada vez mais frequentes.
“Com
o conhecimento da alta prevalência de hipovitaminose D, houve um alerta à
classe médica e à população em geral em relação à suplementação de vitamina D.
Entretanto, alguns pacientes têm recebido doses muito elevadas de vitamina D,
inclusive, com a indicação de vitamina D injetável. Isto pode levar a um quadro
de intoxicação por uma elevação do cálcio no sangue”, afirma a presidente do
Departamento de Metabolismo Ósseo da SBEM.
A
toxicidade ocorre quando os níveis de vitamina D (25OH vitamina D) são próximos
de 100ng/mL, e é caracterizada por hipercalcemia, que é uma elevação do cálcio
no sangue. Náusea, vômito, desidratação e mal estar geral são os principais
sintomas percebidos no caso de intoxicação. Diante dos riscos associados ao
consumo exagerado de vitamina D a especialista alerta os pacientes: “Não está
se recomenda vitamina D em doses muito elevadas com finalidade estética,
visando rejuvenescimento ou para tratamento isolado de doenças inflamatórias”,
afirma.
Corrida
por exames
Como
vários estudos associam a carência de vitamina D a diversas doenças, os planos
de saúde têm registrado um aumento significativo no volume de solicitação de
exames para investigar a dosagem da 25OH vitamina D. Este corrida por exames
foi tema de uma reunião entre a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e
Metabologia – Regional Paraná (SBEM-PR) e a Associação Brasileira de Estudos do
Metabolismo Ósseo e Mineral – Regional Paraná (ABRASSO-PR).
Afinal,
a quem é recomendada a dosagem de vitamina D e com qual frequência? Todo
paciente deve necessariamente fazer o exame? Segundo a presidente do
Departamento de Metabolismo Ósseo da SBEM a checagem dos níveis da vitamina D é
recomendada aos indivíduos com doença crônica e risco elevado de fratura como,
por exemplo, idosos com osteoporose.
“Pacientes
diabéticos, com doença renal crônica, gestantes, obesos e idosos são exemplos
de indicação para esta avaliação. Pacientes em uso crônico de glicocorticóide
ou que tenha tido uma fratura por baixo trauma também apresentam indicação. Nos
pacientes cuja vitamina D veio abaixo do valor de referencia, a suplementação
deve ser realizada e uma nova dosagem recomendada em 3 meses, para conferir se
houve normalização dos níveis da 25OHvitamina D. Naqueles com vitamina D
normal, recomenda-se repetir o exame em 12 meses”, afirma a médica.
“Pacientes diabéticos, com doença renal crônica,
gestantes, obesos e idosos são exemplos de indicação para esta avaliação.
Pacientes em uso crônico de glicocorticóide ou que tenha tido uma fratura por
baixo trauma também apresentam indicação. Nos pacientes cuja vitamina D veio
abaixo do valor de referencia, a suplementação deve ser realizada e uma nova
dosagem recomendada em 3 meses. Naqueles com vitamina D normal, recomenda-se
repetir o exame em 12 meses”, afirma a médica.
Sociedade
Brasileira de Endocrinologia e Metabologia – Regional Paraná | SBEM-PR
E-mail: sbempr@endocrino.org.br
Av. República Argentina, 369, cj. 1101, 11º andar,
Água Verde, Curitiba/PR CEP: 80240-210
Fone: (41) 3343-5338
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