Artistas e fãs
do velho e bom Rock and Roll precisam se prevenir para não comprometerem a
carreira e saúde auditiva.
Subir o volume dos fones de ouvido ou caixas de som
faz parte do ritual dos amantes dos clássicos do rock. A música é tão
contagiante que fica difícil escutar baixinho.
Os cantores, músicos, técnicos de som e fãs que
ficam expostos sistematicamente a níveis de pressão sonora elevados durante os
shows, formam um grupo de risco para as perdas auditivas permanentes,
acarretando em prejuízo para suas vidas profissional e pessoal.
O nível de ruído durante uma apresentação musical
pode ultrapassar os 120 dB (unidade de medida do som), sendo que o aceitável
para o ouvido humano ficar exposto sem sofrer danos é de 85 dB. A
potência do som sempre foi uma marca registrada dos roqueiros que disputavam
para ver quem tocava mais alto e ia parar no Guinness Book (livro dos
recordes). Bandas como Manowar chegaram a alcançar os 129,5 dB há mais de 300
metros do palco.
Roqueiros famosos como Eric Clapton, Sting, Bono
Vox e Ozzy Osbourne sofreram consequências auditivas em virtude da
exposição a níveis sonoros excessivos, e hoje, se queixam de problemas como
zumbido.
Sabe-se que a perda auditiva ocorre de forma lenta
e progressiva, sendo somente percebido quando atinge grau acentuado, afetando a
comunicação humana de forma irreversível. Com isso, fica nítida a importância
da orientação e detecção precoce de danos auditivos em músicos, frequentadores
de shows e pessoas que escutam música alta.
“Atualmente, existem protetores auditivos com
filtro flat (atenuador linear) que mantém o mesmo espectro de frequência do som
original, sem prejudicar a qualidade, atenuando apenas conforme o filtro escolhido,
dependendo do ambiente e/ou instrumento a que estão expostos”, explica a
especialista em audiologia e doutora em Ciências pela UNIFESP, Katya Freire.
Katya é precursora no trabalho de preservação e
conservação auditiva de profissionais da música e atende artistas como João
Barone (Paralamas do Sucesso), Ricardo Japinha (CPM22), Banda Malta, Ivete
Sangalo, Luan Santana, Claudinha Leite, Carlinhos Brown, Maria Rita e Michel
Teló. E aconselha estes profissionais a utilizarem equipamentos de proteção durante
as apresentações para preservar a audição. “O músico pode substituir os
monitores (retornos) de chão pelos monitores in-ears, que trazem ao usuário
muitas vantagens como, retorno do som com mais qualidade, controle individual e
melhor isolamento acústico, que asseguram a preservação auditiva e vocal
durante ensaios e shows”, diz.
A especialista separou algumas dicas que ajudam a
preservar a saúde auditiva dos roqueiros e também dos fãs de outros estilos
musicais:
- Mantenha o volume baixo – evite
ultrapassar 60% do volume máximo de fones de ouvidos e players. Outro detalhe,
os fones devem ser utilizados nos dois ouvidos.
- Faça intervalos de descanso auditivo -
Descanse 15 minutos a cada uma hora exposto a níveis sonoros elevados. Este
período é importantíssimo para recuperar o seu ouvido.
- Utilize protetores auditivos em ambientes
ruidosos – hoje há opções de protetores com filtro flat que não comprometem
a compreensão da fala e da música que podem ser utilizados em festas, avião ou
shows.
- Preste atenção aos sinais de perda
auditiva – O diagnóstico precoce pode ajudar no tratamento, consulte seu médico
ou fonoaudiólogo.
Katya Freire- pioneira no trabalho de preservação e
conservação auditiva de músicos. Graduada em Fonoaudiologia pela PUC-Campinas
com especialização em Audiologia pelo Conselho Federal de Fonoaudiologia, fez
mestrado pela PUC-SP e doutorado em Ciências pela Unifesp. Aperfeiçoamento
realizado nos Estados Unidos na San Diego State University com atuação no
Children’s Hospital de San Diego, na Califórnia. Autora do Treinamento Auditivo
Musical e de inúmeros artigos e capítulos de livros na Área de Audiologia.
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