Especialistas dão dicas
sobre como cuidar da casa a fim de se evitar o surgimento de alergias e outros
problemas respiratórios, muito comuns nesta época do ano
Projeto do escritório Jardim & Sperb Arquitetura e Interiores. Na
sala, o piso de mármore dispensa o uso de tapetes. No quarto, a opção pela
persiana – ao invés da cortina – é uma boa opção para os alérgicos. Fotos:
Jomar Bragança
O inverno 2017 chegou com tudo. No sudeste, algumas cidades registraram as mais
baixas temperaturas em mais de quatro décadas. Com o clima tão frio e seco, o
ar torna-se favorável à proliferação de alergias e outros problemas
respiratórios, o que acende um alerta sobre a saúde. Não por um acaso, os
cuidados que tomamos ao sair de casa nesta época do ano são redobrados. Todos
querem escapar das temidas friagens. O que nem todo mundo se preocupa, porém, é
justamente com o interior das casas, que pode ser o grande vilão. “Os ambientes
inadequados são os principais causadores e mantenedores de crises
alérgicas. Morar em um lugar arejado, sem ventos fortes, com boa luminosidade,
é com certeza mais saudável para qualquer pessoa”, alerta a médica alergista
Rozana de Fátima Gonçalves. Segundo a especialista, é preciso estar atento,
pois é justamente em casa que as crises alérgicas costumam ser
despertadas. “As pessoas nascem com o gen da alergia. Este pode despertar
em qualquer época da vida e a pessoa sensibilizada passa a ter sintomas.
Geralmente, este despertar ocorre quando a pessoa tem contato com ambientes
empoeirados, poluídos, mofados”, pontua.
Fica evidente, portanto, que a melhor maneira de evitar este tipo de problema
de saúde é cuidando da casa desde os mínimos detalhes, que já começam no projeto
de arquitetura de interiores. A arquiteta Fernanda Sperb, sócia do escritório
Jardim & Sperb Arquitetura e Interiores, é categórica sobre os elementos
que devem ser evitados em casas onde um dos moradores já manifestaram
sintomas de alergias. “Tapetes, almofadas, bichos de pelúcia, cortinas, tudo
que junte poeira é prejudicial para o alérgico”, enumera. Com relação aos
tapetes, a profissional afirma que existem opções no mercado para quem não quer
abrir mão do elemento, como os tapetes de nylon, que são fáceis de lavar. A
designer de interiores Laura Santos, acrescenta: “Os tapetes emborrachados são
ótimos, pois não são felpudos e são de fácil manutenção”.
Os livros também costumam acumular
poeira, mas como muitas pessoas fazem questão de tê-los em casa, Laura Santos
indica: “Uma boa ideia é acomodá-los em armários com portas ou básculas, em vez
de prateleiras e nichos. Para quem quer mantê-los à mostra, a melhor opção é
usar portas de vidro incolor”.
Na foto a esquerda, a designer Laura Santos usou tapetes emborrachado, uma ótima opção para os alérgicos. Na foto à direita, a profissional especificou armários com portas para abrigar os livros e documentos não deixando eles expostos a poeira. Fotos: Henrique Queiroga e Osvaldo Castro
De acordo com as profissionais, outra questão importante diz respeito ao
material do mobiliário. “Numa casa de uma pessoa alérgica é importante sempre
escolher móveis que possam ser higienizados com pano úmido, como os móveis com
superfície de vidro, por exemplo”, explica Laura. Lígia Jardim, do escritório
Jardim & Sperb Arquitetura e Interiores, completa: “Os materiais sintéticos
para bancadas de cozinha e banheiro são indicados. O corian, por exemplo, não
retém odores e não absorve líquidos, além de ser resistente a bolores e mofos”.
Bancada de corin usada nesta cozinha projetada pelo escritório Jardim &
Sperb Arquitetura & Interiores combate bolores e mofos e não retém odores.
Foto: Jomar Bragança
Lígia e Fernanda recomendam ainda o uso de travesseiros antialérgicos e
protetores de colchão. E Laura Santos finaliza: “Casa arejada e ensolarada é
fundamental. Manter as janelas abertas e deixar o sol da manhã entrar pode ser de
grande ajuda”.
Criar ambientações que favoreça a
circulação do ar e a entrada do sol é um dos preceitos seguidos pela designer
Laura Santos ao fazer projetos destinados a alérgicos. Foto: Edson Ferreira
MÃO DUPLA COMUNICAÇÃO
Nenhum comentário:
Postar um comentário