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segunda-feira, 26 de junho de 2017

Nível de exigência elevado dos processos seletivos preocupa candidatos a estágio, aponta pesquisa



Especialistas indicam caminho para fugir deste efeito adverso da crise do emprego


O número de concorrentes nos processos seletivos aumentou ao mesmo passo em que as vagas no mercado de trabalho diminuíram. Segundo especialistas do setor, o ano de 2017 é um momento de reestruturação de mercado e não de crescimento, isso porque a crise desacelerou, no entanto, a recuperação avança lentamente e ainda não é capaz de enxugar todos os prejuízos causados pelos últimos anos de retração na economia brasileira.

Diante disso, uma pesquisa exclusiva, realizada pela Companhia de Estágios – consultoria e assessoria especializada em programas de estágio e trainee – mostrou que os jovens que ainda frequentam as salas de aulas, buscam nos programas de estágio uma saída para continuarem desenvolvendo suas carreiras. Para eles o pior efeito dos percalços da economia é justamente a falta de oportunidades, mas entre aquelas que surgem no mercado, outros dois fatores preocupam os aspirantes: a maior competitividade e o nível elevado de exigência dos recrutadores.

Crise econômica intensifica os desafios para os mais jovens

A busca por uma colocação já faz parte da rotina de 14 milhões de brasileiros – segundo o IBGE, 13,6% da população do país estava desempregada entre fevereiro e abril de 2017. Entre os jovens, com idade até 25 anos, este cenário é ainda mais preocupante, pois os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) revelam que essa é a faixa etária mais atingida pelo desemprego atualmente. Diante disso muitos buscam alternativas para driblar os desafios e não ficarem à margem do mercado de trabalho.

Efeito colateral

Segundo Rafael Pinheiro, gerente de recursos humanos, um dos principais fatores que contribuem para a maior taxa de desocupação entre os jovens é o fato de que os familiares também perderam seus postos: “O desemprego dos pais acaba fazendo com que os jovens tenham de ir para o mercado, em vista de complementar a renda familiar, no entanto, a falta de experiência e de capacitação dificulta ainda mais a contratação dessa parcela da mão de obra brasileira”. Para o especialista, o aumento da competitividade entre esses candidatos é um efeito colateral do encolhimento do mercado formal “Se existem mais candidatos no mercado celetista, naturalmente ele se tornará mais rigoroso, deixando à margem quem não tem experiência. Tais fatores colaboram para que o jovem tenha uma visão ainda mais pessimista em relação às oportunidades”.

Disputa acirrada

Para aqueles que estudam, o estágio tem sido uma das melhores opções por apresentar números atraentes e oportunidades de desenvolvimento, no entanto, a competitividade também aumentou nesta modalidade – dados internos da Companhia de Estágios mostram que somente no primeiro semestre de 2016, o número de inscritos nos programas de estágio apresentou um crescimento exponencial de 17,6% em comparação com o mesmo período de 2015 – e, naturalmente, o cenário faz com que os processos seletivos fiquem mais criteriosos. Contudo, tal panorama afeta significativamente a percepção dos jovens em relação às oportunidades – é o que aponta um levantamento exclusivo feito pela consultoria.  No estudo, que contou com 2.193 estudantes de todas as regiões do país, 62,7% dos entrevistados alegaram que um dos efeitos mais amargos da crise é a falta de chances de ingressar no mercado. A segunda pior consequência desse período, de acordo com o estudo, é, justamente, a maior competitividade – apontada por 14,7% dos jovens. No mesmo páreo, com 14,7% das respostas, está o maior nível de exigência dos empregadores.

 “Com a queda no número de contratações e a grande procura, os candidatos são escolhidos a dedo, para atender melhor às necessidades da empresa, por isso a seleção se torna mais extensa, porque acaba exigindo um filtro maior por parte dos recrutadores” – justifica Pinheiro. De acordo com o especialista, nesse cenário, é essencial buscar compreender o mercado de trabalho e se adaptar de modo a atender as exigências das empresas: “essas são medidas fundamentais para se tornar um candidato mais competitivo e se destacar nos processos seletivos” – afirma.

Qualificação x percepção do mercado

De acordo com Tiago Mavichian, diretor da Companhia de Estágios, outro ponto a ser considerado é que, em virtude do orçamento mais modesto, muitos estudantes tiveram que adiar ou, até mesmo, desistir de investimentos na carreira durante a crise “A impossibilidade de se aprimorar acaba abalando a autoconfiança e a própria percepção do estudante em relação ao mercado. Para este público que geralmente já não possui experiência profissional, as qualificações são determinantes, pois este é o diferencial que eles podem apresentar no momento da entrevista. Se o jovem, por algum motivo, não consegue apresentar um bom currículo, ficará, além de menos competitivo, menos seguro diante dos recrutadores”. E esta, segundo a pesquisa, é a realidade de boa parte dos candidatos a estágio – mais de 30% dos participantes alegaram não ter apostado em especializações ou cursos extracurriculares no último ano justamente pela falta de recursos financeiros.

Superando os desafios

Para os especialistas, investir em qualificação é a chave para se sobressair nesse momento de grande concorrência. Pinheiro afirma que hoje se buscam competências mais alinhadas com a cultura da empresa, portanto investir em qualificação é essencial para disputar vagas e se sair bem em processos seletivos, que se tornaram mais extensos atualmente. E para aqueles que estão com o orçamento apertado, o consultor dá a dica: “É possível apostar no voluntariado, que além de proporcionar uma vivência de mercado e experiência profissional, ainda agrega valor ao currículo, desenvolvendo e demonstrando qualidades interpessoais altamente desejadas no meio corporativo, participar das empresas juniores e entidades acadêmicas também é uma ótima opção. Além disso, atualmente os jovens podem contar com as ferramentas digitais, tanto na busca por vagas quanto na hora de valorizar o currículo. Sites especializados e fóruns colaborativos, muitas vezes gratuitos, tem se mostrado de grande valia nesse momento”. – finaliza Pinheiro.



Fonte: Companhia de Estágios | PPM Human Resources





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