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quarta-feira, 3 de maio de 2017

Enfrentar a fase metastática do câncer é um desafio para diminuir a taxa de mortalidade da doença



As perspectivas sobre câncer são objetivas quando destacam a importância da prevenção: quanto mais cedo a descoberta do tumor, mais chances de cura da doença. Porém, a fase avançada da doença enfrenta grandes tabus. O motivo para o alerta são as taxas de mortalidade da doença, que é responsável por uma em cada seis mortes no mundo, segundo os dados divulgados em 2017, pela Organização Mundial da Saúde¹. A entidade aponta que, mesmo com o aumento de rastreamento, no Brasil, os casos de óbito aumentaram 30% entre 2000 e 2015 no País².
 
O grande desafio do tratamento do câncer é a detecção do tumor antes da migração das células cancerígenas pelos vasos sanguíneos ou vasos linfáticos para outras áreas do corpo, processo conhecido como metástase. Segundo o médico, Gilberto Amorim, membro da Sociedade Brasileira de Oncologia, este processo muitas vezes acontece antes dos primeiros sintomas da doença. “O câncer é uma doença silenciosa em seus estágios iniciais, é comum que a metástase acabe dando os sintomas críticos, que fazem o paciente buscar ajuda médica e descobrir a doença, mesmo que tardiamente’”, explica o oncologista.
 
Um exemplo é o câncer de mama, que é o tipo de câncer mais comum entre as mulheres, depois do câncer de pele não melanoma. Apesar de se atentar aos sintomas devidamente divulgados nas campanhas de conscientização, Amanda da Silva Santos Pinto, de 37 anos, do Rio de janeiro, descobriu a doença devido a dores que sentia nas costas.  Ao consultar o médico descobriu que estava com duas vértebras por conta da metástase óssea de um tumor na mama HER2 positivo, responsável por 15%-20% dos diagnósticos de câncer de mama.  “Quando descobri a doença, entre 2013 e 2014, acabei fazendo tratamento em três lugares diferentes, na coluna, bacia e seio. Tinha um filho de cinco meses e um de 10 anos, foi muito difícil, mas há mais de um ano parei o tratamento para fazer manutenção e tenho uma rotina comum”.
 
O controle da doença da Amanda aconteceu por meio do sistema privado, por meio de terapias individualizadas focadas no câncer metastático. Com o avanço da medicina, os casos avançados de câncer deixaram de ser uma sentença de morte. Contudo, muitas vezes, os tratamentos adequados não estão disponibilizados no sistema público de saúde. “Há terapias inovadoras para o tratamento da metástase, mas as burocracias para chegar no paciente no momento certo são muitas e esse é uma barreira que aumenta a taxa de mortalidade ou a perspectiva de maior sobrevida. É importante ampliar o acesso, vidas estão sendo ceifadas precocemente”, afirma Dr. Amorim.
 
No caso do câncer de mama, a metástase é comum em órgãos como cérebro, fígado, osso e pulmão e depende do tamanho e localização do novo tumor para que hajam sintomas. Há também casos em que, quando a metástase é encontrada, após o término do tratamento, é considerado recidiva à distância, que acontece quando células cancerosas que se desprendem do tumor primário e sobreviveram ao tratamento.

O oncologista ressalta que, ao contrário da forma de enfrentar a fase metastática no passado, atualmente, já é possível controlar a evolução da doença e promover mais qualidade de vida para essa paciente para que tenha uma rotina o mais normal possível. “ Quem sabe, num futuro próximo, o câncer metastático cada vez mais, possa se tornar uma doença crônica”, finaliza Dr. Amorim.   








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