Coach
Bob Floriano analisa o comportamento da atual juventude no mercado de trabalho
e alerta para as graves consequências na economia e na sociedade
A
participação dos jovens no mercado de trabalho é a menor desde o início deste
século. Dados do IBGE revelam que cerca de 70% dos brasileiros entre 18 e 24
anos não estão trabalhando. A explicação desses números está em dois fenômenos:
o aumento da renda dos pais que permitem aos filhos se dedicarem apenas aos
estudos e o surgimento da turma do “nem-nem”, ou seja, jovens que não trabalham
nem estudam. “A mão-de-obra das novas gerações é incompatível com a cultura do
mercado de trabalho que a sociedade adquiriu ao longo de décadas”, afirma Bob
Floriano, coach especialista em carreiras e desenvolvimento profissional.
Para
o especialista, a era da informação instantânea, combinada com a pressa que os
jovens têm para a ascensão na carreira, acabam afastando-os da dedicação que o
horário comercial exige. Em poucos meses, eles querem ser promovidos e como não
conseguem, surge a preocupação que merece atenção dos educadores: quando esta
força que no futuro comandará o nosso país decide abandonar a lida comercial e
migrar para a indústria, por exemplo, não há problema, pois trata-se de uma
escolha. “Entretanto, quando os pais concordam e até estimulam os filhos a abandonar
o trabalho para ficar em casa, simplesmente porque não querem o filhinho se
sacrificando, então temos um problema a resolver”, alerta Bob, e ainda ilustra
com o desabafo de um empresário que relatou ser muito comum, na entrevista de
desligamento, escutar dos jovens que adoram o emprego, mas como o trabalho
requer esforços em dias e horários pouco convencionais, preferem sair, sem
perspectivas de um novo trabalho.
Enquanto
concluem suas formações, o coach orienta para as quatro decisões possíveis:
-
apoiá-los ao abandono do “trabalho cansativo” e permitir que seu tempo ocioso
se divida entre internet, games e, o mais preocupante, bares ao redor das
faculdades e traficantes de drogas dispostos a encontrar um novo cliente;
-
apoiar a visão resumida e imediatista que desenvolveram, segundo a qual o
próximo metro quadrado e o minuto seguinte devem oferecer algo ou,
simplesmente, se torna um tédio, fazendo-os cair fora;
-
endossar e patrocinar 100% das despesas deles, formando jovens despreocupados
financeiramente e descomprometidos profissionalmente;
-
usar a comunicação como recurso para despertar nos filhos o desejo de construir
uma carreira promissora.
Bob
avalia que se deve ensinar à juventude a não ceder aos encantos da comunicação
fácil, rápida, abreviada e econômica, características da era das redes sociais.
“É fundamental entender que uma rica conversa demanda atenção e tempo”. Além
disso, a altíssima velocidade de raciocínio dos jovens gera desinteresse sobre
estes cuidados com a comunicação. Eles encontram dificuldades para conversar
com a namorada, com os professores, com os chefes e até em casa, com os pais.
“Como a vida é uma eterna venda e as pessoas estão sempre analisando se devem
ou não comprar nosso “pacote de comunicação”, esta impaciência para a conversa
tem impedido os jovens de se venderem como realmente merecem, sobretudo nas
entrevistas de emprego e no mercado de trabalho”.
De
acordo com o profissional, os jovens desta geração aceitam e lidam bem com a
crítica, desde que sejam mostrados os motivos justos. Não aceitam nada
compulsório, mas negociam muito bem. “Trabalhar e estudar nunca fizeram mal
para ninguém, mas parece que nos últimos tempos estamos presenciando uma
juventude que se comunica pobremente e tem pouca experiência profissional.
Chegam ao primeiro emprego com mais de 20 anos, ingênuos e vulneráveis”,
analisa. “Sempre, entretanto, há tempo para mudanças e em casa, no recôndito da
intimidade educacional, está a chance de formarmos jovens excelentes em
comunicação e apaixonados por trabalho”, conclui Bob Floriano.
Bob
Floriano - jornalista e coach. Autor do livro “Quem Fala Bem Vende Mais”,
compartilhar a expertise de 35 anos na comunicação em palestras, workshops,
apresentação e mediação de eventos dirigidos ao desenvolvimento individual e
profissional, sempre voltado para a excelência e evolução no trabalho e nas
relações pessoais.
Há
mais de 15 anos, é contratado das Casas
Bahia para toda comunicação de rádio, TV e treinamentos. Tem ainda
em seu portfólio trabalhos desenvolvidos para empresas como Bayer, Gilette do Brasil, Ford,
Santander, Tech Data, O Boticário, Avon, TAM, Grupo RBS, Discovery Channel,
Porto Seguro Seguros, Shell, PADO, Redecard, CNA, Toyota, CBC.
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