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quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Zika vírus e microcefalia: pediatra e infectologista explicam as doenças




As notícias sobre o surto de microcefalia na região Nordeste do Brasil, atingindo principalmente os estados de Pernambuco, Sergipe, Rio Grande do Norte e Paraíba, tem deixado a população em alerta para um problema até então pouco conhecido. O governo brasileiro acabou por decretar “Estado de Emergência Sanitária” devido aos casos confirmados. Desde a última terça-feira, o Ministério da Saúde publicou balanço de 739 casos notificados.
Ainda não é possível definir a causa, mas existe uma forte suspeita de que esta condição esteja relacionada à infecção materna pelo Zika Vírus. A infecção pelo Zika chegou ao Brasil em 2015 e atingiu principalmente a região Nordeste.
Transmitida pelo Aedes aegypti - o mesmo mosquito transmissor da dengue e da febre Chikungunya -  a infecção pelo Zika vírus é assintomática em cerca de 80% dos casos. Quando presentes, os sintomas como febre, manchas vermelhas pelo corpo com coceiras e dor nas articulações costumam ser brandos e desaparecem espontaneamente em um período que varia entre três e sete dias.
“Já foi observada também, recentemente, uma possível correlação entre a infecção pelo Zika vírus e a ocorrência de síndrome de Guillain-Barré, quadro neurológico caracterizado por perda de força em membros inferiores, em locais com circulação simultânea do vírus da dengue”, explica Dr. Francisco Ivanildo de Oliveira, infectologista do Hospital Infantil Sabará.
O que é a microcefalia?
De acordo com o pediatra Dr. José Luiz Setúbal, do Hospital Infantil Sabará, bebês com microcefalia nascem com perímetro cefálico menor do que a média. “O problema pode ser provocado por uma série de fatores, desde desnutrição da mãe e abuso de drogas, até infecções durante a gestação, como rubéola, toxoplasmose e citomegalovírus”, completa.

Confira as principais informações sobre esta condição neurológica:

1.       A microcefalia é uma condição neurológica rara em que a cabeça de uma criança é significativamente menor do que de outras crianças da mesma idade e sexo.

2.       Pode ser causada por fatores genéticos e ambientais. Outras causas podem incluir:

Craniosinostose: A fusão prematura das articulações (suturas) entre as placas ósseas que formam o crânio de uma criança mantém o cérebro de crescer.

Anormalidades cromossômicas: Síndrome de Down e outras condições podem resultar em microcefalia.

Diminuição de oxigênio: Certas complicações da gravidez ou o parto podem prejudicar o fornecimento de oxigênio para o cérebro fetal.

Infecções do feto durante a gravidez: Estes incluem as doenças virais como Zika, toxoplasmose, citomegalovírus, rubéola e catapora (varicela).

Exposição a drogas, álcool ou determinados produtos químicos tóxicos no útero: Qualquer um destes pode colocar o bebê em risco de anormalidades cerebrais.

Desnutrição grave: Não ter uma nutrição adequada durante a gravidez pode afetar o desenvolvimento do bebê.

1.       Crianças com microcefalia, muitas vezes, têm problemas de desenvolvimento.

2.       Não há nenhum tratamento para a microcefalia, mas a intervenção precoce com terapias de suporte tais como fonoterapia e terapia ocupacional, podem ajudar a melhorar o desenvolvimento da criança e melhorar a qualidade de vida.

3.       O médico pode detectar microcefalia no nascimento do bebê ou em um checkup regular do recém-nascido.

4.       Algumas crianças com microcefalia têm inteligência e desenvolvimento normal. Porém, dependendo da causa e gravidade da microcefalia, as complicações podem incluir: atrasos de desenvolvimento neuromotor; dificuldades de coordenação e equilíbrio; nanismo ou baixa estatura; distorções faciais; hiperatividade e retardo mental.

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